Dois policiais, dois civis e três agressores morreram em Karachi. Outro ataque deixou mais de 20 mortos em mercado nas zonas tribais, no noroeste do país.
Três integrantes armados de um grupo separatista tentaram invadir o consulado chinês na cidade de Karachi, centro econômico do Paquistão, na manhã desta sexta-feira (23). Eles foram mortos pelas Forças de Segurança. Dois policiais e dois civis também morreram no ataque.
A ação começou pouco antes das 9h30 (horário local, 2h30 de Brasília), quando os agressores começaram a disparar e a lançar granadas. As Forças de Segurança trocaram tiros com os terroristas e conseguiram contê-los antes que entrassem no prédio.
O Exército de Libertação do Baluchistão, província no sudoeste do país, reivindicou a autoria do ataque. O grupo insurgente separatista se opõe a projetos chineses na região.
Todos os funcionários do consulado chinês estão seguros, segundo o primeiro-ministro do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, e o Ministério de Relações Exteriores da China.
Reações
A China e o Paquistão condenaram o ataque. “A China condena firmemente todo tipo de ataque contra missões diplomáticas”, disse o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang.
As autoridades chinesas também pediram ao Paquistão que tome medidas para garantir a segurança dos cidadãos chineses que trabalham no país.
“É um incidente triste. Paquistão e China derrotarão as forças que querem deter o desenvolvimento do país”, afirmou o ministro de Relações Exteriores paquistanês, Shah Mehmood Qureshi.
Ataque em mercado
Mais tarde, um atentado com bomba matou mais de 20 pessoas e deixou mais de 50 feridos em um mercado de alimentos localizado nas zonas tribais paquistanesas, no noroeste país, de acordo com a polícia local.
O balanço de mortos ainda não está claro. A France Presse afirma que 20 pessoas morreram, citando Khalid Iqbal, funcionário administrativo do distrito de Orakzai. Já a Associated Press, citando fontes policiais, afirma que 25 pessoas morreram.
Khalid Iqbal afirmou à AFP que a explosão foi provocada por “um artefato de fabricação caseira escondido em uma caixa de verduras”.
As zonas tribais ficam na fronteira com o Afeganistão. Elas formam uma região onde os talibãs e a Al-Qaeda atuam há muitos anos com total impunidade. A área foi um foco de atenção na “guerra contra o terrorismo”, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
O governo dos Estados Unidos acusa de forma reiterada o Paquistão de tolerar a presença de santuários de insurgentes nestes territórios, o que Islamabad nega.
Violência no país
Nos últimos meses foram registrados vários ataques contra as forças de segurança paquistanesas no noroeste do país, assim como na província do Baluchistão (sudoeste), também na fronteira com o Afeganistão.
O nível de violência, no entanto, caiu no país, de acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas de Segurança (CRSS) paquistanês.
O número de pessoas mortas em consequência da violência extremista, política ou criminosa caiu 70% nos últimos dois anos, com 2.057 mortes violentas registradas ano passado, contra 6.574 em 2015.
China
A China conta com uma grande presença em território paquistanês devido ao projeto Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), um multimilionário projeto de infraestruturas financiado pela China com um investimento de US$ 60 bilhões, segundo a Efe.
O CPEC, iniciado em 2015, financiará a construção de uma rota comercial que conectará a cidade de Kasghar, na província chinesa de Xinjiang, com o porto paquistanês de Gwadar, proporcionando ao gigante chinês uma porta ao mar Arábico.
Em junho de 2017, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) anunciou que tinha assassinado dois cidadãos chineses na região de Baluchistão, no sudoeste do Paquistão.
Em maio desse ano, 11 operários que trabalhavam na construção de uma estrada ligada ao CPEC foram assassinados no distrito de Gwadar, também situado no Baluchistão.
FONTE:G1
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