A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (9) que o presidente Donald Trump está disposto a usar o poder econômico e até militar para proteger a liberdade de expressão no Brasil e em outros países. A declaração foi dada em resposta a questionamentos sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), em um momento de tensões diplomáticas entre os EUA e o Brasil.
Leavitt defendeu a aplicação de sanções e tarifas, dizendo que Trump não tem medo de tomar medidas drásticas para garantir que cidadãos em todo o mundo não sejam punidos por exercer seus direitos. A porta-voz enfatizou que a liberdade de expressão é uma das questões mais importantes do governo Trump, que, segundo ela, enfrentou censura ao tentar retornar à presidência e tem levado o tema a sério.
O comentário ocorre no contexto do julgamento de Bolsonaro, acusado de tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência. A embaixada dos EUA no Brasil repostou a declaração de Leavitt, mas omitiu um trecho onde a porta-voz menciona o uso de “poder militar”.
Enquanto a retórica de Leavitt parece ter sido uma defesa enfática da liberdade de expressão, fontes próximas ao governo dos EUA indicam que isso não implica em uma possível intervenção militar direta contra o Brasil. No entanto, o governo Trump está atento a possíveis ações contra os militares brasileiros, considerados “silentes” diante de atitudes que seriam vistas como censura.
Além disso, as tarifas econômicas, já aplicadas sobre produtos brasileiros, podem ser ampliadas. Há ainda a possibilidade de Trump impor novas sanções ao Brasil, especialmente relacionadas à importação de diesel da Rússia. A expectativa é que novas ações sejam tomadas após a conclusão do julgamento de Bolsonaro, previsto para o fim desta semana.