Enquanto as mA?es ainda enxugam as lA?grimas da tragA�dia em fevereiro, os policiais militares seguem desmotivados nas ruas. O Estado mantA�m uma imagem de que a relaA�A?o do governo com os militares estA? caminhando para voltar ao normal, mas nA?o A� essa a avaliaA�A?o dos presidentes das associaA�A�es que representam os PMs.
a�?NA?o, nA?o estA? nada normala�?, afirma categoricamente o presidente da AssociaA�A?o dos Oficiais Militares do EspA�rito Santo (Assomes), tenente-coronel RogA�rio Fernandes Lima. a�?Os policiais estA?o desmotivados nas ruas. ApA?s o tA�rmino do movimento dos familiares, hA? um sentimento de derrota para os militares, com poucas ou nenhuma pauta reivindicada atendida. NA?o bastasse isso, vocA? tem o desgaste com mudanA�as que o governo colocou como reestruturaA�A?o, mas que para o militar soa como retaliaA�A?oa�?, completa.
RogA�rio cita a mudanA�a nas normas de promoA�A?o dos oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros, classificada pelas associaA�A�es como a Lei da MordaA�a. AlA�m disso, a extinA�A?o do BatalhA?o de MissA�es Especiais (BME) e da Ronda Ostensiva TA?tica Motorizada (Rotam), focos de maior resistA?ncia A� volta ao trabalho em fevereiro, A� apontada pela AssociaA�A?o de Cabos e Soldados (ACS) como retaliaA�A?o.
Para o presidente da ACS, sargento Renato Martins ConceiA�A?o, a Secretaria de Estado da SeguranA�a PA?blica (Sesp) tenta vender uma imagem de normalidade que nA?o existe.
O policial militar nA?o deixa de servir, mas estA? deixando de fazer alA�m do que o script manda por falta de motivaA�A?o
a�?Percebo uma falta de vontade muito grande de ir alA�m do que A� determinado. NA?o raro via policiais vigiando por horas locais de trA?fico. NA?o raro o policial usava o prA?prio celular para catalogar os suspeitos, mapear os locais de incidA?ncia do trA?fico. Essas situaA�A�es, o ir alA�m, tenho visto que muitos policiais nA?o tA?m feitoa�?, relata.
O tenente-coronel teme que novas manifestaA�A�es, como a de fevereiro, aconteA�am. a�?Tem coisa que A� do homem e nA?o das associaA�A�es. Isso pode acontecer? Tanto pode como nA?o pode. Depende do diA?logo do governo com a tropa. As associaA�A�es trabalharA?o para que nA?o aconteA�a, mas A� lA?gico que temos medo. O policial A� um ser humano, que lida com a violA?ncia, com o estresse, e nA?o uma mA?quina.a�?
A categoria reivindicava reajuste salarial, com correA�A?o de sete anos de perdas pela inflaA�A?o, mais ganho real de 10%, melhorias de condiA�A�es de trabalho, auxA�lio-alimentaA�A?o, adicional por periculosidade, entre outras pautas.
No acordo firmado entre as mulheres e o Estado para por fim A� greve, o governo assumiu o compromisso de nA?o abrir novos Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs), sem suspender os que jA? tinham sido abertos. AlA�m disso, afirmou que PMs nA?o seriam transferidos da Grande VitA?ria para o interior e vice-versa, em eventual reformulaA�A?o da corporaA�A?o.