A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, prendeu uma mulher de 35 anos, acusada de assassinar uma travesti com extrema violência em setembro de 2022, no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. A prisão foi divulgada durante coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (16), na Chefatura da PCES, em Vitória.
Luciana Coutinho da Costa, de 35 anos, presa após matar a travesti Milena, com 17 golpes de facão, se disfarçou e vestiu roupas masculinas para cometer o assassinato no bairro Jardim Limoeiro, na Serra/ES.
Segundo o delegado-geral adjunto, José Lopes, o caso é mais uma prova do comprometimento da equipe da DHPP da Serra. “Mesmo quando o crime ocorre em fins de semana e feriados, a equipe não para. Isso, para nós, é motivo de orgulho”, destacou.
Crime motivado por ciúmes e medo de prejuízo
De acordo com o chefe da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a suspeita mantinha um relacionamento com o dono de um prostíbulo, onde a vítima alugava quartos para programas. Na noite do crime, após um atendimento, a travesti teria furtado o celular de um cliente e tentado vendê-lo, sem sucesso.
Ao descobrir o ocorrido, a suspeita ficou furiosa com a possibilidade de a polícia ser acionada e prejudicar os negócios do namorado. Foi então que, vestida de preto e armada com um facão, ela atacou a vítima com 13 golpes, atingindo o tórax e as costas. A travesti tentou fugir, mas caiu logo adiante, sendo atingida novamente com mais quatro golpes, desta vez no rosto, orelha e cabeça, vindo a morrer no local.
Após o crime, a mulher ainda tentou arrastar o corpo, mas desistiu e abandonou a cena.
Suspeita era temida na comunidade
A investigação enfrentou desafios. A região do crime, conhecida como “Copo Sujo”, é marcada por silêncio e medo. A suspeita, segundo o delegado, é conhecida por ser extremamente violenta, ciumenta e possessiva, com histórico de ameaças a qualquer mulher ou travesti que se aproximasse de seu companheiro. Ela também possui passagens por furto e tráfico de drogas.
Durante investigações de outros crimes na mesma região, a DHPP cruzou características físicas e comportamentais de mulheres suspeitas e conseguiu identificar a autora por meio de imagens de câmeras de segurança e reconhecimento por testemunhas.
A prisão temporária foi cumprida em setembro deste ano, também na área do Copo Sujo. Na delegacia, ela negou envolvimento, mas os investigadores reuniram provas suficientes para o indiciamento por homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
A mulher agora responde a ação penal na 3ª Vara Criminal do Júri da Serra.