Indignada com abordagem policial racista, campeA? olA�mpica busca aA�A?o na JustiA�a e usa redes sociais como forma de combate: “Vamos ver se os preconceituosos abrem a mente”
NA?o foi a primeira vez que Rafaela Silva relatou ter sofrido uma ofensa racista, e a cada relato o sentimento de indignaA�A?o abate a campeA? olA�mpica do judA?. Desta vez foiA�uma abordagem truculenta de policiais militares quando voltava para casa de tA?xi que a fez questionar: “Preto nA?o pode pegar tA?xi?”. Um episA?dio que ela nA?o deixou passar e reverberou em suas redes sociais. Uma forma de lutar contra um preconceito diA?rio.
– Fiquei indignada, todo mundo na rua olhando para minha cara como se eu tivesse feito algo errado. E o preconceito a gente vive 24 horas por dia, quando passa na rua e tem sempre um que segura a bolsa, te olha de cara feia. VocA? senta no banco do lado, e a pessoa levanta.
Nascida e criada na Cidade de Deus, uma das A?reas de maior pobreza e violA?ncia do Rio de Janeiro, Rafaela sofreu com o racismo e sempre lutou contra ele. Na batalha desta semana, a campeA? olA�mpica pretende tomar uma aA�A?o na JustiA�a contra os policiais militares, embora tenha pouca esperanA�a de ver uma puniA�A?o aos preconceituosos. Ao menos usa sua voz para quem sabe evitar novos casos de racismo.
– NA?o tem como fazer muita coisa, eu nA?o vi nome (dos policiais) nem placa (da viatura), mas sA? de falar acho que jA? alerta um pouco as pessoas. Vamos ver se os preconceituosos abrem a mente.
Rafaela relatou que sA? nA?o foi mais agredida na truculenta e preconceituosa abordagem policial porque foi reconhecida como campeA? olA�mpica, a menina da Cidade de Deus que conquistou o ouro na OlimpA�ada do Rio de Janeiro. O tA�tulo nos Jogos fez com que o racismo aplicasse menos golpes na atleta, mas nA?o a blindou.
– Com certeza seria pior, porque eu sou bem tratada agora. O tratamento mudou em relaA�A?o A�s pessoas que acompanharam minha histA?ria nos Jogos OlA�mpicos, mas quem nA?o acompanhou e nA?o acompanha esporte A� a mesma coisa. Porque agora nA?o sou mais a Rafaela, preta, da comunidade. Sou a atleta do Brasil, a campeA? das olimpA�adas.
Rafaela sofreu com insultos racistas especialmente depois da OlimpA�ada de Londres, quando foi eliminada na primeira luta por causa de um golpe irregular. Nas redes sociais, foi alvo de todo tipo de crA�tica racista e quase abandonou o judA?. Hoje campeA? olA�mpica, ela usa as mesmas redes sociais para combater o racismo, por ela e por todos os negros.