Rajada de tiros, ameaças à polícia e aos moradores. Investigado por participar de vários episódios de terror no bairro Central Carapina, na Serra, e de chefiar a Gangue da Vala, no mesmo município, Maike Renderson Nunes Barboza de Souza, de 25 anos, foi recapturado em uma operação no último dia 8 de agosto.
Ele estava sendo procurado desde junho deste ano, quando fugiu da cadeia.
“Vai morrer polícia!” Em um áudio gravado por moradores no último dia 2, era possível ouvir ameaças como essa, em meio a disparos de armas de grosso calibre.
O tiroteio aconteceu em um confronto entre as gangues da Favelinha e da Vala. Na ocasião, a PM foi acionada, e os bandidos abriram fogo contra a viatura.
Além desse episódio, Maike está sendo investigado por outros tiroteios que acontecem há mais de 20 dias no bairro, todos motivados pela disputa de pontos de tráfico.
O braço armado de Maike, Levi Tiago da Silva, de 24 anos, também é procurado pela polícia. Contra ele, há mandados de prisão por uma quádrupla tentativa de homicídio, em 23 de fevereiro deste ano, e por um homicídio consumado três dias depois.
Maike foi preso em 29 de abril de 2013 por um homicídio na Serra, e estava foragido do regime semi-aberto desde o dia 29 de junho deste ano.
Ele foi detido na região onde era chefe, num ponto de venda de drogas. Quando avistou os policiais, o suspeito correu, pulou casas e tentou se esconder em um matagal, mas foi pego.
“No áudio eles desafiaram a segurança pública do Estado em dois momentos: primeiro quando atiram contra uma viatura da Polícia Militar, e depois quando eles dizem que vão morrer policiais. Isso não nos intimida. Não vamos recuar e continuaremos combatendo a criminalidade de forma firme e eficaz”, declarou o titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, Rodrigo Sandi Mori.
Histórico
Central Carapina tem uma história de violência. Em 2017, com 21 homicídios, foi o bairro onde mais se matou no Estado. No mesmo ano, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu 46 pessoas, o que desestruturou as gangues. Em 2018, 5 assassinatos foram registrados no local. Neste ano, até ontem, foram 3 mortes.
O segredo, de acordo com Sandi Mori, está no trabalho de inteligência. “Nós priorizamos a investigação eficaz e a prisão de homicidas. Não só daqueles que puxam o gatilho, mas também dos líderes do tráfico, que são os que autorizam e mandam matar”, frisou.
Fonte: Tribuna Online