Polícia investiga pessoas que compartilham imagens e vídeos na internet sem autorização. Motivo costuma ser vingança
A cada ano, cerca de 60 pessoas procuram delegacias do Estado para denunciar fotos e vídeos que foram compartilhadas na internet sem consentimento, de acordo com a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
A maioria dos crimes virtuais, relacionados à divulgação de conteúdos íntimos sem autorização, é motivado por um mesmo sentimento: vingança.
A “Pornografia da Vingança”, também conhecida como “Porn Revenge” é o caso mais comum, segundo a delegada Cláudia Dematté, Chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher.
Ela contou que o crime consiste em divulgar e compartilhar, sem o consentimento, em sites, aplicativos e redes sociais fotos e vídeos com cenas de intimidade, nudez, sexo e sensualidade que irão colocar a outra pessoa em uma situação vexatória e constrangedora perante a sociedade.
“Na grande parte dos casos, o intuito é humilhar e se vingar de alguém que terminou um relacionamento”, disse. Ela explicou que tanto homens como mulheres podem ser vítimas dos crimes. A pena é de reclusão, de um a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
A Polícia Civil orienta que a mulher que for vítima do crime “Pornografia de Vingança” e demais crimes contra a dignidade sexual, que não se cale e que procure a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do município em que ocorreu o fato para registrar o boletim de ocorrência, para que os autores dos fatos sejam devidamente investigados e punidos.”
Foi o que fez, na tarde de ontem, uma vendedora, de 27 anos, que preferiu não se identificar. Com o desejo de encorajar outras mulheres a realizarem um procedimento cirúrgico a fim de elevar a autoestima, ela acabou sendo difamada nas redes sociais.
Ela publicou uma foto nua em um grupo privado de cirurgia plástica no Facebook para mostrar o resultado satisfatório de um implante de silicone nas mamas e uma lipoaspiração na barriga, ambos realizados em julho.
No entanto, a imagem – que tinha figurinhas na frente do rosto, dos mamilos e das partes íntimas – foi compartilhada em diversos grupos de WhastApp com uma mensagem dizendo que a vendedora era uma garota de programa.
Fonte: Tribuna Online