O Tribunal do Juri de Belo Horizonte condenou, no final da noite desta segunda-feira (14), mais um acusado de participar do crime conhecido como chacina de Felisburgo, cidade que fica no Vale do Jequitinhonha, a 729 km de Belo Horizonte.
O ex-policial Calixto Luedy Filho deverá cumprir pena de 195 anos e nove meses de prisão em regime fechado.
O ex-policial foi considerado culpado pela morte de cinco pessoas, tentativa de homicídio de outras 12 e por atear fogo em casas e em uma escola. O crime aconteceu em 2004.
Integrantes do MST (Movimento Sem Terra) e parentes do réu acompanharam o julgamento no Segundo Tribunal do Júri por mais de 12 horas.
A defesa negou a participação de Calixto na chacina e disse que o acusado não teria sido reconhecido na cena do crime. Os advogados vão recorrer da decisão.
Calixto Luedy Filho, de 60 anos, está preso há 4 anos e 5 meses e cumpre pena no município mineiro de Jequitinhonha desde 2017. Ele foi o quinto réu a ser julgado no caso.
O crime
O caso aconteceu em novembro de 2004, quando um grupo de homens abriu fogo contra um acampamento na Fazenda Nova Esperança, em Felisburgo, matando cinco pessoas e ferindo outras 12. Uma escola e 27 casas foram incendiadas.
De acordo com a denúncia, integrantes do MST entraram no terreno da Fazenda, ao saberem que se tratava de terras devolutas (propriedades públicas que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas).
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) alegou que Adriano Chafik Luedy, então proprietário do terreno, teria ficado inconformado ao perder na Justiça o direito sobre as terras e teria convocado 14 homens para ameaçar os assentados, ordenando o ataque ao acampamento.
Adriano Chafik Luedy, primo de Calixto Luedy Filho, já foi condenado a 115 anos de prisão. A denúncia aponta 15 réus envolvidos. Até o momento, cinco já foram sentenciados e um morreu.
FONTE: R7