No domingo, quase 500 migrantes tentaram atravessar a fronteira entre México e EUA. 42 foram presos nos EUA; México diz que irá deportar alguns migrantes.
O governo dos Estados Unidos reabriu a passagem de San Ysidro, que liga San Diego, na Califórnia, à cidade mexicana de Tijuana, depois de mantê-la fechada por algumas horas em consequência da tentativa de centenas de migrantes de pular a cerca de proteção no domingo (25).
Na confusão, 42 pessoas foram presas nos EUA. Nesta segunda (26), o governo mexicano ameaçou deportar alguns migrantes e o presidente americano, Donald Trump, afirmou que pode fechar a fronteira permanentemente se for necessário.
A reabertura da fronteira – primeiro para pedestres e, depois, para veículos – aconteceu horas depois ter sido bloqueada após quase 500 migrantes vindos de países da América Central tentarem atravessar em Tijuana a fronteira com os EUA.
Desesperados, os migrantes, que tinham saído de um abrigo onde estão quase 5 mil pessoas, subiram em uma das cercas na fronteira, o que surpreendeu os policiais mexicanos. O grupo de imigrantes desistiu da travessia depois que os guardas americanos usaram gás lacrimogêneo.
Rodney Scott, chefe da divisão da patrulha americana no setor de San Diego, disse à CNN nesta segunda que “inúmeras” pessoas conseguiram atravessar a fronteira. Segundo Scott, 42 migrantes que cruzaram a fronteira foram presos e a maioria é de homens.
Ameaça de deportação
O governo mexicano anunciou que vai deportar aqueles que tentaram atravessar a fronteira “violentamente” e “ilegalmente”. O comunicado emitido diz ainda que não enviará forças militares à região, apesar do aumento das tensões. Segundo o governo, na fronteira estão 7.417 migrantes que chegaram em caravana.
Nesta segunda, Trump pediu que o México envie os imigrantes para seus países de avião, ônibus, “de qualquer jeito que vocês quiserem”. “Fecharemos a fronteira permanentemente, se necessário. Congresso, financie o muro!”, declarou no Twitter.
As autoridades de Tijuana anunciaram a detenção de 24 hondurenhos, assim como de 15 mexicanos acusados de tentativa de agressão contra os migrantes.
Caravanas
Nos últimos dias, aumentou a tensão na fronteira entre os dois países. Em caravana, milhares de imigrantes vindos da América Central, como Honduras, Guatemala e El Salvador, tentam chegar aos EUA em uma tentativa de fugir da pobreza e da violência que assolam seus países.
Como resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu por 90 dias a entrada de imigrantes pelo México e assinou uma ordem que impede a concessão de refúgio para quem entrar ilegalmente no país.
Apenas em setembro, os EUA barraram na fronteira cerca de 16.700 centro-americanos. O número recorde mostra tanto o aumento na chegada de migrantes quanto o endurecimento das medidas para detê-los.
Um trâmite de requerimento de asilo nos EUA pode durar mais de um ano devido à saturação do sistema judiciário americano – em outubro, as prisões atingiram a marca de 44.600 indocumentados, segundo a Deutsche Welle.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) na América Latina, Francesca Fontanini, pediu que a análise dos processos seja acelerada. “Também precisa ser elevada a capacidade de resposta na fronteira norte dos Estados Unidos, porque agora, por meios regulares, não é suficiente para servir aqueles que certamente buscarão asilo de maneira regular”, disse.
FONTE:G1